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Bradicardias

        Bradicardia é a diminuição da frequência dos batimentos do coração abaixo do que é considerado normal (50 ou 60 batimentos por minuto). A bradicardia não é uma doença por si só. É uma manifestação que pode aparecer em várias doenças diferentes. A bradicardia pode também ser normal em algumas pessoas, isso acontece principalmente em indivíduos jovens e atléticos. Os sintomas mais comuns causados pela bradicardia são: fadiga, desmaios e tontura.

        Para entender as doenças que causam bradicardia, é necessário primeiro entender um pouco do sistema elétrico do coração. O coração possui quatros câmaras: dois átrios (direito e esquerdo), que tem por função receber o sangue; e dois ventrículos (direito e esquerdo), que tem a função de bombear o sangue. Em uma situação normal essas câmaras se contraem em sincronia e cada batimento atrial é seguido de um batimento ventricular. Em situações anormais, átrios e ventrículos podem ter frequências diferentes, e nesses casos o que chamamos de frequência cardíaca é a frequência em que do ventrículo.

        O impulso elétrico do coração nasce no átrio direto em uma região especializada em gerá-lo chamada nó sinusal. Esse impulso é então conduzido ao restante do coração por um sistema de feixes elétricos como mostrado na figura ao lado. Portanto podemos ter bradicardia quando o impulso não é gerado na frequência correta, o que chamamos de doença do nó sinusal; ou quando o impulso não é conduzido para os ventrículos, o que chamamos de bloqueios atrioventriculares. Os bloqueios atrioventriculares podem ser de primeiro grau, em que há somente um atraso na condução, de segundo grau em que alguns impulsos são conduzidos e alguns são bloqueados, e de terceiro grau ou completo, em que nenhum impulso é conduzido.  

        A doença do nó sinusal é frequente em idosos. Sua causa, usualmente, é o envelhecimento do coração. Os bloqueios atrioventriculares também são mais comuns em idosos e geralmente são causados novamente pelo envelhecimento do coração, mas

podem ser secundários a um infarto e algumas outras doenças como doença de Lyme (transmitida pela picada de carrapato). Algumas pessoas podem nascer sem a capacidade de condução do impulso elétrico o que leva ao que chamamos de bloqueio atrioventricular total congênito.

        Vários medicamentos podem causar bradicardia. Os mais comuns são medicamentos cardiológicos como propranolol, atenolol, bisoprolol, metoprolol, sotalol, diltiazem, verapamil eamiodarona.

Não existe medicamento para tratamento da bradicardia cronicamente. O recurso que dispomos para o tratamento é o marca-passo. 

       Quando a bradicardia é causada por algum medicamento o tratamento inicial é a suspensão do medicamento causador ou diminuição da dose quando possível. Existem algumas situações em que essas drogas são essenciais e nesses casos podemos optar por manutenção do medicamento e colocação de um marca-passo para o tratamento da bradicardia.

        As indicações de marca-passo são muitas e devem ser discutidas caso a caso com um médico cardiologista. Genericamente podemos falar que o marca-passo está indicado nas situações em que há bradicardia, de causa irreversível, acompanhada de sintomas (desmaios, fadiga, tontura...). Os bloqueios atrioventriculares completos, usualmente têm indicação de marca-passo mesmo se assintomáticos.

        As complicações do implante são raras hoje em dia, e vão desde hematomas ao redor do aparelho (alguns necessitando re-intervenção cirúrgica para drenagem), infecção do dispositivo com necessidade de retirada do sistema, pneumotórax (extravasamento de ar ao redor dos pulmões), sangramento ao redor do coração (podendo necessitar de cirurgia cardíaca). A correta técnica cirúrgica é essencial para a redução de complicações.

       Envie suas dúvidas através do link "CONTATO".

               

Um abraço,

            Dr. Rodrigo Barbosa

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